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Tecnologia vai reduzir impactos ambientais e aumentar durabilidade do pavimento

Publicado em 22 de ago de 2018 às 15:00

Uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Eco101 e o Departamento de Geotecnia e Pavimentação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) trará ganhos para o meio ambiente e ajudará no acompanhamento da durabilidade do asfalto da BR-101. Resultado da aplicação de recursos para o desenvolvimento tecnológico, previstos no contrato de concessão, a pesquisa tem dois anos de duração e recebeu investimentos da ordem de R$ 2,8 milhões. 

Com isso, foi possível desenvolver um simulador, implantado às margens da BR-101, no Km 363,9, em Anchieta, no sul do Estado, que mostrará o desgaste do pavimento de forma acelerada, contribuindo para análise e para sua conservação e manutenção. Após o término da pesquisa todos os resultados são apresentados à ANTT e ficam à disposição do público em geral através do site da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Existem apenas dois equipamentos desse tipo no país, atualmente. Ele simula, durante 24 horas, um trecho real da rodovia, analisando as condições de desgaste natural da pista de forma acelerada, a partir de um eixo que se desloca continuamente, como se fosse veículos trafegando pela rodovia. Dessa forma, em três meses é possível simular o tráfego de dez anos na rodovia, facilitando a busca de soluções de melhor qualidade e a comprovação da resistência de materiais utilizados na pavimentação da rodovia.
 
O coordenador de obras da Eco101, Guilherme Sampaio, afirma que a pesquisa em andamento possui quatro pistas experimentais – construídas com diferentes materiais, sendo que uma delas contém na composição a “escória de dessulfuração”, resíduo produzido pelas siderúrgicas locais. “A utilização desse material contribui com o meio ambiente e traz novas perspectivas para os setores públicos, como prefeituras, que queiram investir em pavimentação de estradas ou ruas, com economia de recursos, utilizando subprodutos da siderurgia”, explica.
 
Parceria

De acordo com o professor da Ufes, Patrício José Moreira Pires, essa parceria representa um grande avanço, tanto pelo financiamento quanto pela possibilidade de se aplicar uma pesquisa na prática. “É muito difícil uma empresa apostar em algo que ainda está em desenvolvimento. Além disso, essa parceria representa uma grande oportunidade para a área alcançar avanços nas aplicações dos materiais utilizados em nossas pesquisas. Hoje, já temos cinco projetos de pesquisa nessa linha, sendo que dois estão sendo financiados pela parceria com a Eco101”, afirma.

Para a orientanda de mestrado, que é bolsista na Ufes pela Eco101, Daiana Valt Nepomuceno, essa iniciativa faz toda a diferença para a sociedade, pois consegue associar teoria e prática. Algo, segundo ela, pouco usual, uma vez que grande parte dos estudos acadêmicos hoje desenvolvidos em universidades ainda são restritos ao campo teórico. “Com essa proposta, estamos trabalhando diversas questões, pois desenvolvemos uma nova tecnologia que utiliza um produto que seria descartado no meio ambiente. Isso significa, na prática, mais economia e também sustentabilidade, pois damos aplicabilidade a um resíduo. Além, é claro, da própria valorização do campo da pesquisa, já que duas alunas da universidade recebem uma bolsa de estudo para que possam se dedicar ao estudo e aplicabilidade da pesquisa”, avalia.

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Km 363,9 - Anchieta